Acredita-se que o tratamento mude apenas detalhes conforme a origem do tumor e o estado do paciente. Porém, quando as terapias comuns são pouco eficazes, procedimentos de alta complexidade mostram-se como a melhor opção para dar mais chances de cura ao paciente. A cirurgia citorredutora associada à técnica de HIPEC (Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica) é um deles, usada em casos selecionados de neoplasia metastática restrita ao peritônio – membrana que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos.
Segundo o dr. Frederico Muller, oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, a técnica é indicada em casos selecionados de câncer de cólon, apêndice, ovário, estômago, pâncreas e vias biliares, além de mesotelioma peritoneal e pseudomixoma peritoneal. Para que ela seja de fato eficaz, é necessário que o oncologista que acompanha o paciente analise sua idade, tipo do câncer, seu estado geral, o quanto a doença já avançou para a cavidade abdominal e a agressividade do tumor.
O objetivo dessa cirurgia de alta complexidade é retirar todos os tumores maiores que 2,0mm – 2,5mm na cavidade abdominal, o que pode gerar a ressecção do baço, do peritônio, das alças intestinais, do útero e dos ovários”, explica o dr. Frederico.
Ao todo, o procedimento pode durar de 5 a 15 horas. Conforme explica o dr. Eduardo Fernandes, responsável pelo setor de cirurgia oncológica abdominal do Hospital São Lucas Copacabana, ele consiste na retirada de todo o tumor visível na cavidade abdominal e, após a cirurgia Citorredutora, são posicionados dois cateteres no local.
Com a ajuda de uma máquina de circulação extra corpórea, é liberado um fluido aquecido em torno de 40 a 42,5°C juntamente com a quimioterapia escolhida pelo oncologista. Esse composto circula pela cavidade abdominal por um período entre 90 a 120 minutos, depois é retirado do local e a parede abdominal é fechada.
“Neste caso, aplicar a quimioterapia diretamente no peritôneo costuma ser mais eficaz do que por via venosa, que tem pouca penetração na área. Outro benefício da prática é que expor a quimioterapia a temperaturas elevadas, entre 40 e 43 graus, aumenta o seu grau de efetividade nesse tipo de câncer”, diz o dr. Eduardo.
As chances de sucesso da cirurgia citorredutora associada à técnica de HIPEC vão depender de uma série de fatores, entre eles o estado geral do paciente e o tipo de tumor. Quando bem indicado, o procedimento pode alcançar uma capacidade de cura maior em comparação ao tratamento com quimioterapia isolada.
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