A hepatite A é considerada a forma mais branda entre os tipos de hepatite existentes, mas o número de pessoas infectadas a cada ano ainda é grande: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 1,4 milhão de novos casos da doença no mundo a cada ano. A boa notícia é que esse número poderia ser muito menor se a escolha dos alimentos a serem consumidos fosse mais criteriosa.
Segundo o dr. Eduardo Fernandes, especialista em cirurgias hepáticas do Hospital São Lucas Copacabana, uma das principais formas de propagação da doença é pela ingestão de água e alimentos contaminados com o vírus da hepatite A, presente, sobretudo, em resquícios de fezes. Isso acontece porque os pacientes infectados eliminam gradativamente o vírus através do material fecal, que pode se proliferar em ambientes com poucas condições de saneamento básico. Alimentos lavados com essa água ou aqueles já contaminados ingeridos crus ou mal higienizados podem infeccionar outras pessoas.
“Além de verduras, legumes e frutas mal lavados, as pessoas também devem evitar consumir frutos do mar e mariscos de procedência desconhecida. Isso porque eles podem ter sido colhidos de água poluída e infectada, passando o vírus para o alimento”, explica o especialista.
Para não correr risco de infecção, todo tipo de alimento deve ser devidamente lavado e cozido em água filtrada antes do consumo. Lavar bem as mãos depois de usar o banheiro é outra forma de prevenir a proliferação do vírus no ambiente, já que a manipulação de água e alimentos por pessoas com resquícios de fezes contaminadas nas mãos também pode passar o vírus adiante.
“Os principais sintomas da hepatite A são amarelamento da pele e dos olhos, dor nos músculos e na região abdominal, perda de apetite, urina escurecida, vômito e febre baixa, mas nem todos os pacientes mostram sintomas claros”, diz o dr. Eduardo.
Apesar de não haver um tratamento específico para a hepatite A, já que o próprio corpo vai eliminando o vírus, alguns hábitos podem acelerar esse processo, como descansar, se alimentar regularmente ao longo do dia e tomar os remédios indicados pelo médico especialista. Em alguns pacientes, a hepatite A pode evoluir para uma forma grave da doença, a hepatite fulminante, que tem chances de causar a falência aguda do órgão e necessitar de transplante de fígado.
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