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Neurologia

4 minutos de leitura

Epilepsia: condição pode ser caracterizada por convulsões intensas

As causas vão de complicações no momento do parto até doenças neurológicas mais complexas
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Dr. marco Py - neurologista - -Atualizado em 19/08/2024
epilepsia

A epilepsia afeta milhões de indivíduos em todo o mundo e é uma das condições neurológicas mais comuns, podendo se manifestar em qualquer idade, desde a infância até a terceira idade. Continue a leitura para saber as causas da doença, como é o diagnóstico, sintomas e as opções de tratamento.

Epilepsia: o que é?

A epilepsia é uma condição neurológica crônica que provoca crises epilépticas recorrentes. Essas crises são episódios temporários causados por uma atividade elétrica anormal no cérebro, que gera diversos sintomas, desde leves alterações na consciência até convulsões intensas.

Durante uma crise epiléptica, a atividade elétrica dos neurônios torna-se desorganizada e excessiva e a gravidade e a duração das crises variam.

Tipos de epilepsia

Veja abaixo os principais tipos de epilepsia:

Epilepsia generalizada

É definida pela ocorrência de crises epilépticas ou convulsões que envolvem ambos os hemisférios cerebrais, ou seja, afetando simultaneamente os neurônios de ambos os lados do cérebro.

Nesses casos, surgem convulsões generalizadas, perda de consciência e rigidez ou movimentos espasmódicos do corpo.

Epilepsia focal

Ocorrem convulsões que têm início em uma área específica do cérebro, responsável pelo movimento ou percepção, por exemplo.

Dependendo da área afetada, surgem movimentos involuntários, alterações no pensamento ou no estado de consciência.

Causas da epilepsia

A epilepsia pode ter diversas causas, que vão desde complicações no momento do parto até doenças neurológicas mais complexas. Entre as possíveis causas, podemos destacar:

  • Complicações durante o parto, como a falta de oxigênio no cérebro.
  • Prematuridade do bebê.
  • Distúrbios metabólicos presentes desde o nascimento.
  • Fatores genéticos que predisponham à condição.
  • Malformações cerebrais congênitas.
  • Acidente vascular cerebral e tumores cerebrais.
  • Infecções do sistema nervoso, como meningite.
  • Traumatismo craniano.

Vale destacar que, em alguns casos, a causa da epilepsia pode permanecer desconhecida, mesmo após uma investigação médica detalhada.

Sintomas da epilepsia

Os sintomas da epilepsia podem incluir:

  • Movimentos involuntários, como espasmos ou tremores em partes do corpo.
  • Alterações sensoriais, como formigamento ou distúrbios visuais e auditivos.
  • Perda de consciência.
  • Crises convulsivas.
  • Perda de tônus muscular.
  • Confusão pós-crise e sensação de desorientação ou cansaço.

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Diagnóstico

O diagnóstico da epilepsia ocorre após uma análise detalhada do histórico médico do paciente, incluindo a descrição dos episódios de crise, sua frequência, duração e sintomas associados.

Em seguida, é realizado um exame neurológico para avaliar a função motora, sensorial e outros aspectos do sistema nervoso.

Para confirmar o diagnóstico e identificar possíveis causas, são utilizados exames de imagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Esses exames detectam anomalias estruturais no cérebro.

Além disso, o eletroencefalograma registra a atividade elétrica cerebral e identifica padrões anormais relacionados às crises.

Exames laboratoriais, como análises de sangue, são realizados para investigar condições metabólicas, infecciosas ou outras causas que possam contribuir para as crises.

Como agir ao presenciar um ataque epilético?

Ao presenciar um ataque epilético, é importante manter a calma e proteger a pessoa, removendo objetos perigosos ao redor e colocando um suporte macio sob a cabeça para evitar lesões.

Não é recomendado restringir os movimentos da pessoa durante a crise, pois isso pode causar lesões adicionais. É fundamental medir a duração da crise, se ela durar mais de 5 minutos ou se houver várias crises consecutivas, é preciso buscar ajuda médica imediata.

Após a crise, a pessoa deve ser posicionada de lado para facilitar a respiração e evitar a aspiração de secreções. É importante permanecer com ela até que recupere a consciência, já que é comum que o indivíduo fique desorientado e confuso.

Essas medidas minimizam o risco de lesões e garante que a pessoa receba o cuidado apropriado durante e após uma crise epiléptica.

Formas de tratamento para a epilepsia

O tratamento da epilepsia envolve o uso de medicamentos anticonvulsivantes, que controlam a atividade cerebral e diminuem a frequência e a gravidade das crises.

Quando os medicamentos não conseguem proporcionar o alívio necessário, a neurocirurgia pode ser considerada.

Nesses casos, ocorre a remoção ou isolamento da área do cérebro onde as crises se originam. Esta opção é feita após uma avaliação minuciosa e em centros especializados, garantindo que a cirurgia seja apropriada e segura para o paciente.

Se a cirurgia não for viável ou se não for eficaz, outras abordagens podem ser exploradas, como a estimulação do nervo vago, conhecido pela sigla VNS. O VNS é um dispositivo implantado no pescoço que emite estímulos elétricos ao nervo vago, ajudando a regular a atividade cerebral e a controlar as crises.

Qual médico procurar?

O principal médico responsável pelo tratamento da epilepsia é o neurologista. Ele é especializado em doenças do sistema nervoso, assim como diagnóstico, prescrição de medicamentos anticonvulsivantes e acompanhamento da resposta ao tratamento.

Além disso, avalia os sintomas, realiza exames neurológicos e coordena o tratamento para controlar as crises epilépticas. Em casos mais complexos, ele pode encaminhar o paciente a outros especialistas, como um neurocirurgião.

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