A Organização Mundial da Saúde estima que, globalmente, mais de 1,2 bilhão de pessoas com idades entre 30 e 79 anos têm hipertensão. Essa é uma condição que danifica as artérias ao longo do tempo, podendo levar a complicações graves se não for controlada – como ataque cardíaco e derrame.
Hipertensão: o que é?
A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é um quadro que ocorre quando a força do sangue contra as paredes das artérias é consistentemente muito alta.
No Brasil, a hipertensão é definida como: pressão arterial sistólica de pelo menos 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica de pelo menos 90 mmHg. Esses valores de referência podem variar ligeiramente de acordo com o país.
Cabe esclarecer que a pressão sistólica é aquela que aparece na parte superior dos aparelhos de pressão, sendo captada quando o coração se contrai. A diastólica, por sua vez, é representada pelo número na parte inferior do equipamento, sendo registrada quando o coração relaxa.
Causas
Existem dois tipos principais de hipertensão: hipertensão primária ou essencial, que corresponde à maioria dos casos em adultos, e hipertensão secundária.
A hipertensão primária é multifatorial (ou seja, resulta de mais de um fator). Entre as causas mais comuns, destacam-se:
- Envelhecimento;
- Padrões alimentares pouco saudáveis (como dietas ricas em sódio);
- Falta de atividade física;
- Alto consumo de bebidas alcoólicas;
- Uso de tabaco;
- Sobrepeso;
- Obesidade.
Já a hipertensão secundária é consequência de determinadas condições de saúde ou do uso de certas substâncias, a exemplo de:
- Uso de medicamentos (como os imunossupressores, os anti-inflamatórios não esteroides e os anticoncepcionais orais);
- Condições de saúde (como doença renal, apneia obstrutiva do sono, síndrome de Conn e doenças vasculares renais);
- Uso recreativo de drogas (incluindo anfetaminas e cocaína).
Sintomas de hipertensão
Na grande maioria das vezes, pessoas com hipertensão não apresentam sintomas. A condição é considerada silenciosa.
Especificamente em casos de pressão arterial igual ou superior a 180x120 mmHg, pode haver dores de cabeça, palpitações cardíacas ou sangramento nasal. Quando a pressão atinge esses valores, configura-se uma crise hipertensiva, que requer cuidados médicos imediatos.
Possíveis riscos trazidos pela hipertensão
A hipertensão não tratada pode levar a sérios problemas de saúde, incluindo:
- Doença arterial coronariana (DAC);
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco);
- Doença obstrutiva nas artérias periféricas;
- Doença renal e insuficiência renal;
- Complicações durante a gravidez;
- Danos oculares;
- Demência vascular.
Qual médico devo procurar?
O médico cardiologista é o profissional que acompanha casos de hipertensão arterial.
Como é o diagnóstico da hipertensão?
O diagnóstico da hipertensão pode ser feito clinicamente, pela aferição da pressão arterial em consultório. É importante que a medição seja feita mais de uma vez e em mais de uma consulta, com o aparelho correto e em um contexto adequado (com o paciente em repouso e sem estresse, por exemplo).
Para auxiliar na confirmação do diagnóstico, é comum que seja solicitada a MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial), exame que registra a pressão do indivíduo, no cotidiano, durante 24 horas.
Também é possível que o médico peça outros exames, como a ecocardiografia, para aprofundar a avaliação do paciente hipertenso.
Tratamento para a hipertensão
Os tratamentos para hipertensão envolvem medicamentos e mudanças no estilo de vida. As abordagens terapêuticas devem ser personalizadas de acordo com o perfil de cada paciente – ou seja, é necessário considerar as aferições da pressão arterial, as causas da hipertensão e outras condições subjacentes.
Do ponto de vista do estilo de vida, geralmente são recomendadas medidas como:
- Manter um peso saudável;
- Ter uma alimentação equilibrada, diversificada e natural (priorizando frutas, vegetais, grãos integrais e laticínios com baixo teor de gordura e limitando a ingestão de sódio);
- Fazer atividades físicas regularmente (o ideal é praticar 150 minutos de exercícios aeróbicos por semana);
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de tabaco.
Seguir um estilo de vida saudável é fundamental para todas as pessoas com pressão alta. Alguns casos, sobretudo os de hipertensão leve, podem ser inicialmente tratados apenas com essas mudanças de hábito. Se a estratégia não funcionar ou se a hipertensão for moderada ou grave, é necessário recorrer também a medicamentos.
Há quatro classes de medicações mais utilizadas para tratar a hipertensão: inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRAs), bloqueadores dos canais de cálcio e diuréticos.
É importante que os pacientes não parem de tomar medicamentos por conta própria. Caso surja algum efeito colateral, basta conversar com o cardiologista: ele pode alterar a dose ou tentar outra medicação.
Além disso, alguns fármacos devem ser evitados durante a gravidez. Portanto, é necessário informar ao médico se houver uma gestação ou pretensão de engravidar.
Como prevenir a hipertensão?
A principal forma de prevenir a hipertensão é adotando um estilo de vida saudável. Isso significa, por exemplo:
- Manter um peso adequado para o seu perfil;
- Ter uma alimentação equilibrada e o mais natural possível (limitando especialmente a ingestão de sódio e de comidas gordurosas);
- Praticar atividades físicas com regularidade;
- Evitar bebidas alcóolicas;
- Não fumar.
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