Pressão no ambiente de trabalho, excesso de afazeres domésticos, preocupação com as finanças e outras demandas do dia a dia podem levar a um estado de exaustão física, à apatia e à depressão, sintomas característicos da síndrome de burnout. Por conta do estresse e da ansiedade causados pela condição, é possível desenvolver sinais que sobrecarregam o corpo e dão origem a alterações como úlceras, diabetes, aumento do colesterol e doenças cardiovasculares, entre outros problemas de saúde.
O que é síndrome de burnout?
A síndrome de burnout - também chamada de síndrome do esgotamento profissional - é um distúrbio psíquico ligado ao esgotamento físico e mental causado pelo excesso de trabalho. É importante ter ciência de que essa condição não acomete somente a vida profissional do indivíduo, mas também a pessoal, emocional, social e familiar.
Esse quadro pode ser causado não só pela carga excessiva de tarefas, mas também pela qualidade do ambiente de trabalho. Além disso, existe um fenômeno chamado FoMO (Fear of Missing Out, “medo de estar por fora", em português), que é caracterizado pela necessidade de estar sempre atualizado, e tem origem na combinação entre ansiedade, estresse e burnout.
Há mais de um ano, as pessoas vivem uma pandemia que mudou as relações, fechou escolas e, para muitos trabalhadores, transformou o lar em escritório. Um momento desafiador especialmente para quem precisou aliar a rotina do cuidado da casa com o trabalho em um único ambiente.
Sintomas de um burnout
A síndrome de burnout apresenta alguns sintomas que se dividem em estágios:
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necessidade de demonstrar muita dedicação, preferindo fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia;
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não dar importância às necessidades pessoais básicas (comer, dormir, se divertir e descansar);
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aversão a conflitos, mesmo quando necessário;
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despersonalização: uma vez que vive apenas para executar tarefas, o paciente deixa de lado seus gostos próprios;
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mudanças de comportamento e humor: dificuldade em se divertir, constante sentimento de tristeza, desgaste e desesperança;
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colapso mental.
Fisicamente, o corpo pode demonstrar sinais como dor no peito, palpitações, falta de ar, dor gastrointestinal, tontura, desmaios e/ou dores de cabeça.
“Como o corpo está esgotado, o sistema imunológico fica enfraquecido, tornando-o mais vulnerável a infecções, resfriados, gripes e outros problemas médicos relacionados com o sistema imunológico. Nos estágios iniciais, o paciente tende a não sentir fome e pode pular algumas refeições. Nos últimos estágios, isso traz significativa perda de peso", explica Bárbara Falcão, psicóloga do Hospital São Lucas Copacabana.
Qual a diferença entre estresse e síndrome de burnout?
Burnout, depressão e estresse são problemas de saúde específicos. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é um acontecimento ligado ao trabalho, não uma condição médica. Já a depressão é considerada um quadro psiquiátrico crônico. A ansiedade, por sua vez, é uma resposta do corpo a condições do dia a dia, podendo ser o indício de alguma doença ou apenas um sintoma pontual de condições externas, negativas ou positivas. O estresse é uma reação fisiológica automática do corpo a circunstâncias que exigem ajustes comportamentais.
Síndrome de burnout no ambiente de trabalho
A síndrome de burnout é um transtorno cada vez mais comum na atualidade, sendo, inclusive, considerado acidente de trabalho, o que garante o direito à licença médica para tratamento da doença e, em quadros mais graves, aposentadoria por invalidez. Com a implementação do home office, muitos trabalhadores tiveram a carga de trabalho elevada e não fazem pausa nem mesmo para o horário de almoço.
“A vida foi amplamente modificada por conta da Covid-19. Estamos trabalhando de forma híbrida – ora de home office, ora na empresa – e com distância maior entre todos. A pandemia não afeta apenas o corpo. Os resultados mostram que também prejudica a saúde mental dos trabalhadores", comenta Bárbara.
A psicóloga ainda afirma que os profissionais têm relatado estado de alerta permanente, como se estivessem trabalhando a todo momento.
Qual o tratamento e o médico indicado?
O primeiro passo para tratar os sintomas da síndrome de burnout é procurar atendimento especializado. O psiquiatra poderá indicar o uso de antidepressivos pelo período de um a três meses, mas, além de seguir as orientações médicas, é importante também que o paciente faça acompanhamento psicológico, descanse e reserve um tempo de autocuidado para exercer algum hobby.
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