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4 minutos de leitura

Tendinopatia: entenda as causas e tipos

A tendinopatia é uma condição crônica que tem como principal sintoma a dor persistente nos tendões, estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos.
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Dr. Daniel Ramallo - Médico - coordenador do Departamento de Ortopedia do Hospital São Lucas CopacabanaAtualizado em 02/08/2024
Tendinopatia

A tendinopatia provoca dor persistente nos tendões e pode surgir em qualquer área do corpo, mas é mais comum em áreas como ombros, joelhos, cotovelos, punhos e tornozelos. Veja a seguir quais são suas principais causas e como é o tratamento para o problema.

Tendinopatia: o que é?

A tendinopatia é o nome dado para a doença que acomete os tendões, estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos.

É uma condição que pode ser aguda ou crônica e que causa dor persistente em áreas como joelhos, tornozelos, ombro e pulsos.

O que é e qual a função dos tendões?

Tendões são estruturas fibrosas e resistentes que conectam os músculos aos ossos. Eles são compostos principalmente por colágeno, o que lhes confere força e flexibilidade.

A principal função dos tendões é transmitir a força gerada pelos músculos para os ossos, permitindo a movimentação das articulações e, consequentemente, do corpo. Além disso, eles permitem ainda ter maior controle muscular em movimentos específicos e uma maior estabilidade das articulações durante atividades físicas.

Tipos de tendinopatias

A tendinopatia é uma doença do tendão que pode ser classificada em dois tipos:

Inflamatória e aguda, chamada de tendinite. geralmente provocada por algum trauma ou atividades físicas extenuantes, que provocam uma tensão constante no tendão e sobrecarregam suas fibras, causando a inflamação.

Degenerativa, também chamada de tendinose. Nesse caso, há uma mudança na composição das fibras do tendão causada por desgaste de uso ao longo dos anos. É mais comum em pacientes mais velhos.

Tendinopatias mais recorrentes

Dependendo do tendão afetado, a tendinopatia recebe diferentes nomes. Cada tipo apresenta características e desafios únicos para diagnóstico e tratamento. Confira a seguir os principais:

Tendinopatia supraespinhal

A tendinopatia supraespinhal afeta o tendão do músculo supraespinhal, localizado no ombro. É comum entre atletas que realizam movimentos repetitivos com os braços acima da cabeça, como nadadores e jogadores de vôlei, mas também em praticantes de tênis. A dor costuma se manifestar na parte superior do ombro e pode irradiar para o braço.

Tendinopatia patelar

Também chamada de “joelho de saltador”, acomete o tendão patelar, que conecta a patela (rótula) à tíbia. Esse tipo é frequente em atletas que praticam esportes de impacto, como basquete, futebol, corrida e saltos. A dor geralmente é localizada na parte frontal do joelho, agravando-se durante atividades como subir escadas ou correr.

Tendinopatia subescapular

Afeta o tendão do músculo subescapular, também no ombro. Esse músculo é fundamental para os movimentos de rotação interna do braço. A condição é comum em esportes que exigem esses movimentos repetitivos, como o tênis, ou levantamento de peso. A dor pode ser sentida na parte frontal e interna do ombro.

Tendinopatia insercional

Também chamada de entesopatia, a tendinopatia insercional ocorre no local onde o tendão se fixa ao osso. Exemplos comuns incluem a tendinopatia no tendão de Aquiles, que afeta a inserção do tendão no calcanhar. Esse tipo é comum em corredores e atletas de esportes que praticam saltos. A dor é localizada no ponto de inserção e pode ser acompanhada por inchaço e sensibilidade.

É possível prevenir uma tendinopatia?

Sim, a tendinopatia é uma condição que pode ser prevenida por meio de algumas medidas, como:

  • Fazer aquecimento e/ou alongamento dinâmico antes de qualquer atividade física para preparar músculos e tendões para o exercício.

  • Fazer exercícios de fortalecimento muscular para reduzir a carga depositada nos tendões, preservando o tecido.

  • Realizar uma evolução gradual e com supervisão profissional tanto nos esportes aeróbicos (como corrida) quanto nos anaeróbicos, como musculação. Volume, intensidade e cargas devem ser aumentados aos poucos.

  • Usar tênis apropriados para a atividade física realizada. Na corrida, por exemplo, vale escolher um modelo com bom equilíbrio entre amortecimento e estabilidade.

  • Descansar após os treinos ou atividade física com grande sobrecarga. Isso ajuda a prevenir a fadiga dos tendões. E respeitar os dias de descanso na planilha de treinos.

  • Se sentir dor ou desconforto nos tendões, é importante procurar ajuda médica. Ignorar a dor pode levar a lesões mais graves e duradouras.

Sintomas de uma tendinopatia

Os sintomas mais frequentes de tendinopatia incluem:

  • Dor localizada no tendão afetado;
  • Inchaço e sensibilidade na região;
  • Rigidez, especialmente após períodos de inatividade;
  • Dificuldade em realizar movimentos específicos, como rotações ou flexões;
  • Fraqueza muscular na área afetada.

Qual médico procurar?

Para o tratamento da tendinopatia, é recomendável procurar um ortopedista ou médico especialista em medicina esportiva. Pode-se, ainda, procurar um ortopedista especializado na área afetada (como ombro, quadril ou coluna, por exemplo).

Esses profissionais estão capacitados a diagnosticar e tratar condições musculoesqueléticas, incluindo as que afetam os tendões.

Como a tendinopatia é diagnosticada?

O diagnóstico da tendinopatia é realizado por meio de uma combinação de:

  • Análise de histórico clínico e de saúde;
  • Exame físico realizado em consultório;
  • Exames de imagem.

Para descartar outras condições de saúde e confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames de imagem como ultrassonografia, radiografia e ressonância magnética -- que permitem também avaliar a presença de inflamações, degenerações e a extensão da lesão.

Tratamentos para as tendinopatias

O tratamento para tendinopatia inclui medidas como:

  • Descanso e modificação das atividades físicas;
  • Aplicação de compressas geladas para alívio da dor e da inflamação;
  • Fisioterapia para fortalecer os músculos e melhorar a flexibilidade da região;
  • Medicamentos anti-inflamatórios durante as crises agudas;
  • Terapias como ultrassom ou laser para alívio da dor.

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Escrito por
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Dr. Daniel Ramallo

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