Segundo o Ministério da Saúde, são registrados no país aproximadamente 68 mil mortes por acidente vascular cerebral (AVC) anualmente, sendo também a principal causa de incapacidade no Brasil. Mas o que muita gente ainda não sabe é que cada minuto é fundamental para evitar que a doença seja fatal ou deixe sequelas irreversíveis. A dra. Teresa Navarro, chefe da Emergência do Hospital São Lucas Copacabana, enfatiza que o atendimento ágil nas emergências especializadas é imprescindível para salvar ou garantir a qualidade de vida das pessoas. A médica responde às principais dúvidas sobre a doença:
O que é AVC?
Conhecido como derrame cerebral, o AVC é um problema súbito nos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro. Essa complicação pode ter duas origens: isquêmica e hemorrágica. A isquemia ocorre quando há uma obstrução ou redução brusca do fluxo de sangue, causando falta de circulação. A de origem hemorrágica é ocasionada pela ruptura espontânea ou traumática de um vaso, provocando o derramamento de sangue no cérebro.
Como identificar se estou tendo um AVC?
Muitos sintomas são característicos da doença. Fique atendo: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna (especialmente em um lado do corpo); dificuldade para falar e entender (problemas para articular as palavras); perda de visão e visão turva (especialmente em um olho só) ou visão dupla; tonturas, perda de coordenação motora ou equilíbrio e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
Como reconhecer um AVC?
Pessoas que estão tendo um derrame apresentam dificuldades em descrever ou explicar os sintomas. Para confirmar o AVC, faça um teste rápido. “Rosto, Fala, Braços e Horário” (chamado de RBFH).
- Rosto – peça para a pessoa sorrir. Veja se um lado do rosto está inclinado ou aparenta estar dormente. O sorriso pode parecer descoordenado ou torto em um dos lados.
- Braços – solicite que a pessoa levante os dois braços. Caso ela não consiga, ou se um deles cair, a chance de haver um derrame é maior.
- Fala – faça uma pergunta simples, como a idade ou o nome da pessoa. Veja como sai a fala na resposta ou se há dificuldade em formar as palavras.
- Horário – se a pessoa apresentou algum dos sintomas descritos anteriormente, procure atendimento de emergência (na rua, ligue para o SAMU, 192).
- Além disso, marque o horário para saber quando essas primeiras manifestações do AVC Saiba que essa informação é muito útil para a equipe médica adotar o tratamento mais eficaz.
Como evitar um AVC?
Assim como outras doenças neurológicas e cardíacas, o AVC tem vários fatores de risco que podem ser prevenidos e controlados. Vamos conhecer alguns relacionados com mudanças no estilo de vida. Na alimentação, as principais dicas para evitar um AVC são optar pela redução do consumo de sal, gordura e álcool, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis, ingestão de mais vegetais, frutas, legumes, verduras e carnes magras. Outro fato importante: abandonar o sedentarismo e praticar regularmente uma atividade física de que você goste. Não se esqueça também de manter o peso corporal controlado, principalmente a gordura abdominal.
“As chances de ter um AVC podem ser reduzidas drasticamente se a pessoa conhecer os próprios fatores de risco e procurar ajuda médica”, esclarece Navarro. Visite seu médico e confira sua pressão arterial, o colesterol, a saúde do coração e o diabetes. Se fumar, é hora de largar o cigarro.
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