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A importância do amor para a saúde

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Bárbara Falcão - Psicóloga - PsicólogaAtualizado em 12/01/2024
A importância do amor para a saúde

​​​Bem sabemos os efeitos positivos do amor em todas as áreas da vida. Como um remédio que não tem contraindicação, ele é instrumento de verdadeiras revoluções. Por isso trata-se de um sentimento capaz de curar emocionalmente e produzir efeitos que auxiliam na melhoria da saúde e do bem-estar de quem passa por alguma doença ou dor.

Especialistas acreditam que o amor fortalece e faz com que seja possível buscar, dentro de si mesmo, a solução de problemas. Receber o diagnóstico de alguma doença nunca é fácil, e passar pelo tratamento de um quadro complexo, por exemplo, gera naturalmente insegurança e medo, o que faz com que a participação da família e dos amigos seja fundamental.

No entanto, esse período de tratamento pode trazer muitos desafios para as pessoas que amam o paciente e estão por perto. Logo, a busca pelo equilíbrio é importante e deve se ajustar com o tempo. Essa situação acontece porque, geralmente, ocorre um excesso de zelo, por amor ao paciente, mas tirar sua autonomia e independência também pode gerar ansiedade.

Os cientistas estudam, há muitas décadas, o efeito curativo do amor. Algumas dessas pesquisas observaram que os pacientes que receberam cuidados amorosos da família no tempo em que estiveram hospitalizados recuperaram-se mais rápido em comparação com os que sofreram o mesmo trauma e não tiveram visitas de amigos e familiares.

Além de auxiliar o tratamento de doenças, a interação protege a saúde e aumenta a longevidade. Estudos mostram que fazer atividade física é tão relevante quanto não ficar sozinho.

Culturalmente, os brasileiros são um povo afetivo e próximo de outras pessoas. Com sociedades constituídas por pessoas cada vez mais individualistas, há outros substitutos, como bichinhos de estimação, cães e gatos e o consumo exagerado de produtos. Tudo isso é feito para preencher a necessidade afetiva que os relacionamentos saudáveis – familiar, amizade e comunitário – proporcionam.

O que o amor pode proporcionar nos diferentes momentos da vida?

De acordo com Bárbara Falcão, psicóloga do Hospital São Lucas Copacabana, diversos estudos nos campos da psicologia e psiquiatria têm demonstrado que a existência de afeto, empatia, diálogo e suporte social influencia não apenas a melhoria da qualidade de vida de pessoas doentes, como também a adesão a tratamentos e a promoção de bem-estar subjetivo emocional em pacientes.

Quando se fala em doenças crônicas – aquelas enfermidades que não são transmissíveis e que se prolongam ao longo do tempo –, o acolhimento por meio do afeto e do amor mostra elevada relevância na qualidade de vida do paciente, que leva a sentimentos subjetivos de otimismo, maior atividade física e mental e manutenção de relações sociais e familiares e impacta positivamente na adesão ao tratamento.

Envolver a família é essencial no suporte emocional do paciente, assim como na motivação diária para seguir o tratamento. Por meio do diálogo direto com o paciente, sempre que possível, a equipe médica pode melhorar a compreensão dele sobre a doença e o tratamento pelo qual ele está passando. Sendo assim, estimular espaços em que equipe assistencial, pacientes e familiares dialoguem, para que possam expressar sensações, experiências e esclarecer dúvidas, criando uma relação aberta de respeito e empatia, de forma a estabelecer uma interação baseada na confiança e no afeto entre os profissionais de saúde, os familiares e o paciente, é fundamental.

Os relacionamentos são significativos em todas as etapas da vida. Os vínculos – entre namorados, familiares, amigos, redes de apoio, vizinhos ou colegas de trabalho –, quando saudáveis, proporcionam vantagens em diversos aspectos.

Lidar com a tristeza

esse sentimento faz parte da condição humana em alguns momentos. Quando não se prolonga muito, é até saudável, já que faz parte do processo de cura emocional ao aceitar novas realidades. No entanto, passar por perdas, necessidade de mudança e possíveis adversidades fica mais leve quando se conta com pessoas que amamos. Tê-las por perto ajuda a seguir em frente!

Ajuda a curar doenças

estudos demonstram que quando os pacientes têm o apoio da família, conseguem receber melhor o tratamento. Isso porque a segurança de saber que se é amado acalma, afasta a insegurança e a aflição. Poder contar com a família é fundamental na recuperação do paciente.

Projetos e futuro

o amor move, pois gera forças para enfrentar situações negativas. Ele revigora e aumenta o desejo de superar obstáculos e desenvolver habilidades. Além disso, melhora a autoestima e ajuda no combate ao desânimo e a doenças.

Saúde emocional para viver melhor

quando pensamos no amor como sinônimo de “amor saudável", só é possível ver efeitos benéficos. Na realidade, isso se opõe ao “amor nocivo" ou “tóxico" (o que, na realidade, não seria amor). Chamamos a atenção para isso apenas para deixar reforçada a importância dos relacionamentos saudáveis, que se constroem com base no respeito às diferenças. Portanto, cultivar esse sentimento é buscar sempre um bem comum, com acolhimento para as necessidades e particularidades individuais.

A importância do diálogo nos relacionamentos

A psicóloga destaca ainda a importância da criação de um espaço de diálogo entre a equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos) e o paciente. “Muito se fala da importância do amor, carinho e afeto no suporte emocional e na melhora da qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas. Porém, tão importante é que a equipe médica desenvolva empatia por seu paciente. Essa relação de empatia e diálogo acaba por ter um grande efeito de alívio, gerando segurança, credibilidade e um ambiente acolhedor que dá ânimo ao paciente para ele levar adiante o tratamento, diminuindo significativamente o índice de abandono e evasão de terapias prolongadas."

Todo esse processo se dá por meio do diálogo. É fundamental que haja a criação de espaços para conversa entre paciente e profissionais de saúde, em que se possa criar empatia e afeto pelos profissionais e confiança e segurança no paciente. Por outra via, o desenvolvimento do hábito do diálogo e da empatia em médicos, enfermeiros e demais membros cuidadores apresenta um aprendizado emocional importante: a humanidade do paciente.

Esse reconhecimento retroalimenta, na equipe médica, a percepção da singularidade de cada paciente e a necessidade de abertura de espaços de diálogo, o que acaba por gerar um círculo virtuoso, no qual o médico estabelece um relacionamento humanizado e empático com o paciente, ao mesmo tempo em que o paciente desenvolve sentimentos positivos de confiança, segurança e credibilidade pelo médico.

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Bárbara Falcão

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