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Leucemia tem cura? Conheça os tipos e tratamentos

O transplante de medula óssea pode ser a única possibilidade de cura para alguns tipos de leucemia
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Dra. Luciana Conti - Hematologista e Transplantadora - MédicaAtualizado em 17/01/2024
Leucemia tem cura? Conheça os tipos e tratamentos

Hoje, a leucemia é considerada o 9º tipo de câncer mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres no Brasil e a campanha Fevereiro Laranja foi criada especialmente para conscientizar o público sobre os sintomas e as principais formas de tratamento disponíveis para esse quadro.

O que é leucemia?

A leucemia é um tipo de câncer provocado pelo acúmulo de células anormais (chamadas “blásticas") no sangue, que substituem as células sanguíneas normais, incluindo os glóbulos brancos que fazem parte do sistema de defesa.

Quais são os sintomas da leucemia?

Segundo a dra. Luciana Conti, Hematologista e Transplantadora, Responsável Técnica pela Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital São Lucas, os sintomas da leucemia são semelhantes aos de muitas doenças, o que, muitas vezes, pode dificultar seu diagnóstico precoce. Os mais comuns incluem anemia, febre, palpitações, fraqueza, perda de peso sem motivo aparente, dor nos ossos e articulações, manchas vermelhas na pele e hemorragias nasais. Pode, ainda, apresentar dor de cabeça, convulsão e vômitos. São sintomas totalmente inespecíficos e, por isso, comuns a várias outras doenças.

“Apesar de existirem alguns fatores de risco, o motivo exato do desenvolvimento da leucemia ainda não é conhecido, já que ela começa a partir de múltiplas alterações genéticas adquiridas, ou seja, que não é hereditária. Entre os principais fatores de risco estão anomalias genéticas, como a Síndrome de Down; uso de quimioterapia e radioterapia para tratamento de outras doenças neoplásicas prévias; exposição à pesticidas, agrotóxicos, energia nuclear e outros menos frequentes", explica a médica.

Tipos de leucemia

Existem vários tipos de leucemias. Podemos dividi-las em aguda e crônica e, dentro de cada um desses grupos, há ainda vários tipos de leucemia com tratamentos diferentes e prognóstico diferentes. As leucemias crônicas têm, geralmente, uma apresentação menos agressiva – porém há casos em que esse padrão de menor agressividade não se aplica.

Já as leucemias agudas são mais agressivas e a instalação do quadro clínico é mais abrupta. Com frequência, os pacientes questionam sobre terem feito um exame de rotina há pouco tempo com resultado normal e, logo na semana seguinte, tudo mudar.

As leucemias mais comuns são:

  • LLA – leucemia linfocítica aguda

ocorre quando as alterações genéticas adquiridas acontecem na célula tronco comprometida com os linfócitos. São mais comuns na infância, mas também acometem os adultos. Apesar de ser, aparentemente, a mesma doença, na infância as chances de cura podem chegar a 95%, já nos adultos o desfecho não é tão favorável assim.

  • LMA – leucemia mielóide aguda

ocorre quando as alterações genéticas adquiridas acontecem na célula tronco comprometida com a linhagem mielóide (formadora de alguns tipos de glóbulos brancos). Dentro da LMA ainda há subtipos. Ao contrário da LLA, tem um desfecho melhor em adultos que em crianças.

  • LLC – leucemia linfocitica crônica

as alterações genéticas ocorrem nos linfócitos. Acomete adultos, principalmente aqueles com mais de 65 anos. Nem sempre é necessário tratar devido a seu comportamento não agressivo, mas o paciente precisa de acompanhamento hematológico de perto para que seja indicado o tratamento no momento certo sem prejuízo à sua saúde.

  • LMC – leucemia mielóide crônica

ocorre devido a uma mutação genética específica na célula tronco mielóide. Essa mutação é uma translocação de um fragmento de um cromossomo para outro, formando o chamado cromossomo Philadelphia (Ph+). O tratamento é feito com medicação oral na maioria dos casos.

Como diagnosticar leucemia?

Os casos crônicos podem ser suspeitos em exame de sangue de rotina, ou acidentalmente em exame de sangue pré-operatório. No entanto, há necessidade de exames especializados conduzidos pelo hematologista para confirmação ou exclusão desses casos. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor a possibilidade de desfecho favorável.

Tipos de tratamento para leucemia?

O tratamento será definido com base na avaliação do especialista, que levará em consideração o tipo da leucemia e seus marcadores. As formas mais comuns são:

  • Transplante de medula óssea aparentado (doador irmão) ou não aparentado (doador sem relação familiar). Há ainda os transplantes com doadores alternativos, como o haploidentico (doador pai, mãe, filho ou irmão 50% compatível).
  • Quimioterapia convencional
  • Imunoterapia
  • Terapia alvo: tratamento específico para determinadas mutações genéticas

Quando não tratada, a leucemia pode apresentar sintomas sérios, como hemorragias, anemia grave, comprometimento do Sistema Nervoso Central, infecções, sepse e morte. Dessa forma, é imperiosa a importância do diagnóstico precoce e acesso ao hematologista o mais rápido possível porque há muitas leucemias curáveis.

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Dra. Luciana Conti

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