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Osteoporose: causas, sintomas e tratamentos

A incidência de osteoporose vem crescendo em todo o mundo e afeta uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos. A doença é carac
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Dr. Jaime Cobra - Reumatologista - MédicoAtualizado em 22/12/2023
Osteoporose: causas, sintomas e tratamentos

A incidência de osteoporose vem crescendo em todo o mundo e afeta uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos. A doença é caracterizada pela perda progressiva de massa óssea, além da alteração da microestrutura óssea, o que enfraquece os ossos e aumenta as chances de fratura.

Não é incomum que pessoas com o quadro se sintam inseguras quanto ao risco de quedas, o que reforça ainda mais a importância de cuidados e tratamento adequado. Uma boa notícia é que hábitos saudáveis adotados ao longo da vida podem contribuir para a prevenção.

O que é a osteoporose?

Trata-se de uma doença que causa a perda da massa óssea e alteração da microestrutura dos ossos, favorecendo a fraqueza e o aumento das chances de ocorrência de fraturas. No esqueleto humano, assim como em vários outros órgãos e tecidos, existe um metabolismo constante com formação e reabsorção ósseas, mas sempre mantendo o equilíbrio da quantidade de massa.

O que ocorre na osteoporose é um desequilíbrio nesse metabolismo, em que, na maioria das vezes, a taxa de reabsorção supera a de formação óssea, levando à perda contínua de massa. Os tipos mais comuns de osteoporose são:

  • pós-menopausa – que afeta as mulheres após o início da menopausa; secundária – mais comum em pessoas com deficiência de vitamina D, doenças reumatológicas, renais, hepáticas, endócrinas e hematológicas ou que fazem uso prolongado de alguns medicamentos;
  • senil – que acomete pessoas com mais de 70 anos.

Qual a causa da osteoporose?

Segundo o Dr. Jaime Cobra, reumatologista do Hospital São Lucas Copacabana, as causas mais comuns da osteoporose são menopausa; envelhecimento; baixa ingestão de cálcio para os ossos (ou mesmo baixa absorção de cálcio secundária à deficiência de vitamina D ou outras doenças disabsortivas); doenças autoimunes (especialmente a artrite reumatoide) e uso de alguns medicamentos, sobretudo glicocorticoides em doses altas por um longo período.

Outros fatores de risco comuns são quadros de hipertireoidismo; hiperparatireoidismo; alguns distúrbios genéticos; excesso de corticosteroides (síndrome de Cushing); imobilização; neoplasia óssea e outros problemas diversos, como baixo nível de cálcio na dieta.

Embora a osteoporose esteja associada ao envelhecimento, ela pode ser decorrente de maus hábitos durante a vida, como o consumo excessivo de bebidas alcóolicas, o sedentarismo e uma alimentação de baixa qualidade.

Fatores de risco

Existem diversos fatores relacionados com o desenvolvimento da osteoporose e as chances de fratura. Os principais são:

  • sexo feminino;
  • genética;
  • histórico anterior de fraturas;
  • hábitos como tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e cafeína;
  • alimentação pobre em cálcio;
  • menopausa precoce;
  • exposição ao sol quando contraindicada;
  • reposição de vitamina D por cápsulas orais sob prescrição médica, como no caso do hiperparatireoidismo primário;
  • síndrome de Cushing e diabetes mellitus;
  • doenças hematológicas, como mieloma múltiplo; reumatológicas, como artrite reumatoide; gastroenterológicas e neurológicas.

Manter os exames médicos em dia e a adoção de um estilo de vida saudável ao longo da vida contribui significativamente para evitar a doença.

Como prevenir a osteoporose?

A principal prevenção da osteoporose é baseada na eliminação de fatores adquiridos como tabagismo e etilismo, além da introdução de um estilo de vida saudável com atividades físicas regulares e dieta balanceada.

Deve ser priorizada a ingestão de alimentos ricos em cálcio, além da manutenção do nível de vitamina D (com exposição solar mínima, antes das 10h e depois das 16h, ou ingestão de cápsulas de vitamina D sob orientação médica).

Tratamentos disponíveis

A incidência de osteoporose é diferente quanto ao sexo: nas mulheres acima de 50 anos varia de 14% a 29%, podendo chegar a mais de 70% naquelas acima de 80 anos. Em homens acima de 65 anos, a incidência é em torno de 15%. Entretanto, acredita-se que a porcentagem menor nos homens pode ser decorrente do subdiagnóstico, já que, classicamente, a osteoporose é encarada como uma “doença feminina".

De acordo com o Dr. Jaime, o principal tratamento para a osteoporose é o uso de medicações que reduzem a reabsorção óssea, associadas sempre às medidas não medicamentosas, como atividades físicas, alimentação equilibrada e rica em cálcio e manutenção de níveis adequados de vitamina D. Também é muito importante pensar na proteção de quem tem mais chances de quedas, especialmente os idosos:

  • retirar os tapetes não fixos da residência;
  • facilitar a orientação dos remédios para quem precisa tomar medicação antes de dormir;
  • evitar movimentos bruscos para aqueles com alteração do equilíbrio (principalmente levantar-se rapidamente da posição deitada ou sentada).

Existem alguns casos – analisados de maneira individualizada pelo médico assistente – em que há indicação do uso de medicações que ajudam na formação óssea, quando o médico percebe que o déficit está no elemento da balança, não no aumento da reabsorção.

No Hospital São Lucas Copacabana, toda pessoa, independentemente de sexo ou idade, que chega com fratura não traumática ou seguida de trauma leve, como queda da própria altura, é encaminhada para o Serviço de Reumatologia.

Nele é realizada avaliação completa em busca de prováveis fatores de risco hereditários e/ou adquiridos, análise do mecanismo da fratura, radiografias de coluna quando necessário para identificar fraturas vertebrais silenciosas e densitometria óssea, além de exames laboratoriais.

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