Com o aumento do número de pessoas obesas no mundo, cresce também a ameaça da síndrome metabólica. O termo descreve um conjunto de fatores de risco metabólico que pode levar a diversas complicações ainda mais graves para o organismo, como as doenças cardíacas, derrame e diabetes, além de elevar a mortalidade relacionada a essas causas.
Esse conjunto é formado pela resistência à ação do hormônio insulina, aumento da pressão arterial, excesso de gordura corporal – principalmente na região ao redor da cintura – e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos. Segundo a Prof. Dr. Luciana J. El-Kadre, responsável pelo Centro Metabólico de Diabetes e Obesidade do Hospital São Lucas Copacabana, a prevalência da doença no Brasil varia entre 22% em pacientes com sobrepeso a 60% quando existe obesidade. Caso haja a presença de diabetes, o risco fica ainda maior.
Para a mulher, a manifestação mais comum é a obesidade e o índice de massa corporal (IMC) superior a 30 kg/m2, enquanto que, no sexo masculino, quase 50% dos pacientes têm níveis de triglicerídeos altos. Pacientes do sexo feminino com histórico de ovários policísticos ou de diabetes também devem se preocupar, já que as chances de desenvolver a síndrome metabólica são maiores.
“O diagnóstico precoce é determinante para o controle dos fatores de risco, principalmente a obesidade, o sedentarismo e o excesso de açúcar. O paciente é orientado a adotar estilo de vida saudável, priorizando alimentação rica em verduras, legumes e frutas e rotina de exercícios, principalmente aeróbios”, afirma a especialista. O objetivo é impedir ou retardar o desenvolvimento da doença aterosclerótica – quando há o acúmulo de colesterol, gorduras e outras substâncias nas paredes das artérias.
Por outro lado, tratamentos que envolvem mudança no estilo de vida são, em grande parte das vezes, os mais difíceis de serem alcançados, já que dependem do nível de perseverança e disciplina do paciente. Frente ao desafio em manter as propostas de mudança a longo prazo, e na presença de doenças associadas que voltem a colocar a saúde em risco, a cirurgia metabólica pode ser considerada opção segura para pessoas com obesidade leve e moderada.