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Tabagismo aumenta risco de complicação em pacientes que precisam de cirurgia bariátrica e metabólica

31 de Maio Dia Mundial sem Tabaco
ESL
Equipe São Lucas - Equipe São Lucas - Equipe São LucasAtualizado em 12/01/2024
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No Dia Mundial sem Tabaco (31 de Maio), o cirurgião bariátrico Fernando de Barros alerta para os problemas que os fumantes obesos podem enfrentar, desde o pré até o pós-operatório.

O IBGE divulgou, ano passado, dados sobre a obesidade no Brasil, mostrando que 56% da população maior de 18 anos tem sobrepeso ou é obesa, ou seja, apresentou um índice de massa corpórea (IMC) igual ou maior do que 25. Segundo Fernando de Barros, cirurgião bariátrico e coordenador do Centro Cirúrgico do Hospital São Lucas Copacabana, a obesidade é uma doença crônica e grave e que pode vir acompanhada de alguns maus hábitos, como o tabagismo, que, por sua vez, acrescenta mais riscos ao tratamento cirúrgico da doença.

“Atualmente, o tratamento padrão ouro para a doença da obesidade é a cirurgia bariátrica e metabólica, pois com ela conseguimos, ao mesmo tempo, restringir a ingesta de calorias e otimizar fatores endócrinos e metabólicos relacionados com a fisiopatogenia da obesidade e, futuramente, com a perda de peso, seja possível fazer com que esses pacientes larguem os maus hábitos, como o tabagismo, e criem novos hábitos, como a prática de atividades físicas. Entretanto, é preciso que o paciente que vai fazer esse procedimento passe por um importante pré-operatório, que inclui a tentativa de eliminar ou diminuir o vício de fumar, que representa alto risco para essas pessoas”, afirma Fernando.

No Dia Mundial sem Tabaco, o cirurgião relacionou complicações que podem ocorrer do pré ao pós-operatório em fumantes obesos que precisam fazer a redução de estômago.

Associação do tabagismo com as comorbidades da obesidade mórbida.

Para Fernando de Barros, o perigo da combinação do tabagismo com a obesidade encontra-se, principalmente, nas doenças associadas, como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, acúmulo de gordura no fígado, conhecido como esteatose hepática, entre outras. “O tabagismo aumenta as chances de os obesos mórbidos terem infarto do miocárdio; acidente vascular cerebral (AVC); trombose venosa, que pode evoluir para embolia pulmonar; e morte súbita. Tudo isso pode acontecer enquanto a pessoa está doente, mas também durante o pré-operatório, por isso, é aconselhável parar de fumar sempre, mesmo nos casos de tabagismo pesado por longas datas”, disse ele.

Dificulta o tratamento pré-operatório para a perda de peso.

Todas as pessoas que vão se submeter à cirurgia bariátrica e metabólica devem perder peso antes da cirurgia. Há estudos que comprovam que a perda de peso no pré-operatório reduz as chances de complicações pós-operatórias. Para isso é preciso investir em dieta e exercícios físicos, principalmente aeróbicos, para que haja melhor condicionamento do sistema cardíaco e respiratório para a cirurgia, o que muitas vezes ajuda os pacientes a largar ou pelo menos diminuir o tabagismo nesse período.

Aumento do risco cirúrgico.

Fernando explica que, atualmente, os riscos da cirurgia diminuíram bastante, pois as técnicas estão mais padronizadas e garantidas, as imagens dos aparelhos são mais nítidas, os grampeadores utilizados hoje são mais seguros e a curva de aprendizado do cirurgião está melhor. “Chegamos a uma taxa de complicações próxima de 1%, porém, nos pacientes tabagistas, essa taxa pode ser maior.” Pacientes que fumam têm maior chance, no período pós-operatório, não só de complicações cirúrgicas, mas de complicações clínicas, como insuficiência respiratória, trombose venosa profunda, pneumonia e fístula (vazamento de secreção gástrica e intestinal, por causa de uma falha na cicatrização dos tecidos, que causa um quadro de infecção gravíssima).

Comprometimento da cicatrização.

“O tabagismo prejudica a cicatrização dos tecidos do corpo humano de maneira geral. Durante a cirurgia, o estômago e o intestino são cortados e suturados e precisam de um tempo para regeneração. Em pacientes que fumam, o risco de vazamento dessas suturas é maior, podendo abrir um quadro de infecção grave chamado peritonite, que pode levar ao óbito após a cirurgia.” Para garantir uma boa recuperação, cortar o cigarro de vez é, sem dúvida, a melhor opção.

Desenvolvimento de compulsões.

Alguns pacientes, após a cirurgia, podem desenvolver compulsões e, por isso, é recomendado, como pós-tratamento, o acompanhamento com psicólogos. Os fumantes, que já possuem um vício associado, podem retomar o mau hábito após a redução de estômago, consumindo ainda mais cigarros ou até mesmo drogas ilícitas, contribuindo para outros problemas relacionados ao tabagismo.​

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