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Gastroenterologia

4 minutos de leitura

Câncer de pâncreas: sintomas são variados e devem ser avaliados por um médico

Os sintomas do câncer de pâncreas são variados. A depender da localização desse tumor maligno, pode haver icterícia, dor nas costas ou trombose, por exemplo.
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Dr. Eduardo Fernandes - Hepatologista - MédicoAtualizado em 15/10/2024
Doenças do pancreas

Tabagismo e excesso de peso estão entre os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desse tumor maligno

Localizado entre o estômago e a coluna, o pâncreas é uma glândula relevante para a digestão de alimentos e para a produção de alguns hormônios (como a insulina). Uma das doenças que pode atingir esse órgão é o câncer de pâncreas, que requer rápido tratamento.

Câncer de pâncreas: o que é?

O câncer de pâncreas é uma doença na qual células do pâncreas se proliferam de maneira descontrolada. Esse é um tipo de tumor maligno considerado, em geral, muito agressivo.

Principais causas para o câncer de pâncreas

Os principais fatores de risco para o câncer de pâncreas são:

  • Tabagismo;

  • Obesidade;

  • Alimentação inadequada (caracterizada sobretudo pela pouca ingestão de fibras, frutas, vegetais e carnes magras);

  • Diabetes mellitus;

  • Pancreatite crônica;

  • Alcoolismo.

O risco dessa doença surgir também pode aumentar por influência de fatores hereditários – no entanto, esses casos genéticos são mais raros. É mais comum que a condição atinja principalmente pessoas tabagistas, obesas e/ou que não mantêm uma alimentação saudável.

Sintomas do câncer de pâncreas

Os sintomas do câncer de pâncreas variam de acordo com a localização do tumor: na cabeça do pâncreas (ou seja, na porção direita do órgão) ou no corpo e na cauda do pâncreas (respectivamente, no centro e no lado esquerdo).

Quando a doença acomete a cabeça do pâncreas, a tendência é que o canal colédoco (responsável por drenar a bile do fígado) seja comprimido e obstruído. Como consequência, a bile passa a se acumular no fígado e no sangue, configurando um quadro de icterícia. Assim, os pacientes podem apresentar:

  • Amarelamento da esclera (parte branca) do olho;

  • Urina escura (com cor similar a chá preto);

  • Fezes esbranquiçadas.

Já os tumores que atingem o corpo e a cauda do pâncreas podem causar outros sintomas, pois não ficam localizados perto do canal colédoco. Entre as possíveis manifestações desse câncer, estão:

  • Dor na região abdominal que irradia para as costas;

  • Trombose venosa profunda.

Muitas vezes, o câncer de pâncreas é diagnosticado tardiamente, porque os sintomas não costumam aparecer nas fases iniciais e também podem ser sugestivos de outras condições de saúde.

Qual médico devo procurar?

O pâncreas integra o sistema digestivo. Por isso, condições relacionadas a esse órgão são, em geral, avaliadas por um gastroenterologista ou um cirurgião do aparelho digestivo.

Porém, para casos de câncer de pâncreas, o médico mais indicado é o cirurgião hepatobiliopancreático. Essa subespecialidade, da qual o Hospital São Lucas dispõe, dedica-se principalmente ao fígado, ao pâncreas e às vias biliares.

Como é o diagnóstico do câncer de pâncreas?

O câncer de pâncreas costuma ser detectado por exames de imagem, como ultrassom e tomografia. Para obter um diagnóstico mais detalhado e identificar o subtipo do tumor, é necessário realizar uma biópsia.

É fundamental que os pacientes procurem atendimento especializado se apresentarem sintomas suspeitos. Por ser uma doença agressiva e difícil de diagnosticar precocemente, iniciar o tratamento o mais rápido possível é essencial para melhores prognósticos.

Estágios do câncer de pâncreas

Estágios mais iniciais, como 1 e 2, indicam que o câncer está restrito ao pâncreas. Já estágios mais avançados, como 3 e 4, significam que o tumor já se espalhou para outros locais – invadindo, por exemplo, o duodeno ou as veias ao redor do pâncreas.

Formas de tratamento para o câncer de pâncreas

O tratamento depende de diversos fatores, como o estágio do câncer, a saúde do paciente e a experiência do cirurgião. Em geral, nos estágios iniciais, existe a possibilidade de realizar uma cirurgia e erradicar o tumor.

Já nos estágios mais avançados, a primeira opção tende a ser a quimioterapia. Posteriormente, pode ser considerada uma intervenção cirúrgica – mas cabe esclarecer que nem sempre operar é viável, pois a presença de metástases pode dificultar ou contraindicar tal estratégia.

Para os casos em que é possível conduzir uma cirurgia, existem diversas abordagens disponíveis. Atualmente, o Hospital São Lucas realiza cirurgias radicais para aumentar as chances de cura: por exemplo, se o tumor está acometendo algum vaso sanguíneo, faz-se a remoção das artérias e das veias atingidas, além da substituição de tais estruturas para restabelecer o fluxo sanguíneo. Em algumas situações, também se recorre à cirurgia robótica, que propicia uma recuperação mais rápida.

Os pacientes devem ser avaliados individualmente para que seja indicado o tratamento mais adequado para cada um. Vale dizer que o Hospital São Lucas dispõe de um grupo especializado em câncer de pâncreas, reunindo oncologistas clínicos e cirurgiões que têm conhecimento de técnicas avançadas, sendo, assim, um serviço de referência no tratamento desse tumor maligno.

Como família e rede de apoio podem contribuir durante o tratamento?

O diagnóstico e o tratamento de câncer são processos desafiadores, que têm impactos não só na saúde física, mas também na saúde mental dos pacientes. Por isso, é essencial que familiares e amigos ofereçam acolhimento durante esses momentos.

Estar presente fisicamente é uma boa maneira de apoiar o indivíduo, seja acompanhando-o em consultas médicas ou convidando-o para participar de atividades de lazer, por exemplo. Também vale a pena sempre se mostrar aberto para ouvir as queixas que a pessoa pode ter sobre a situação.

Além disso, é importante incentivar que o paciente faça sessões de psicoterapia e mantenha um diálogo frequente com o médico oncologista responsável pelo tratamento.

Escrito por
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Dr. Eduardo Fernandes

Hepatologista | Médico
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