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Cardiologia

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Sintomas de infarto podem ser sutis, mas devem ser levados a sério; saiba quando procurar ajuda

Os sintomas de infarto nem sempre são claros e alguns podem ser muito sutis. Saiba quais são os mais comuns e quando buscar ajuda.
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Dr. Alexandre Siciliano - cardiologista - -Atualizado em 07/11/2024

Mulheres e idosos podem apresentar sinais diferentes por questões anatômicas

O Infarto agudo do miocárdio é a maior causa de mortes no país. Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto e que a cada 5 a 7 casos, ocorra um óbito, de acordo com o Ministério da Saúde. Nesse sentido, reconhecer os sintomas de infarto de forma rápida e precisa é fundamental para aumentar as chances de sobrevivência e evitar complicações graves.

Sintomas de infarto: quais são?

O infarto agudo do miocárdio é uma doença do coração grave e que tem sintomas que geralmente começam subitamente e incluem: · Dor ou sensação de aperto e pressão no peito. Esse é o sintoma mais comum; a dor pode irradiar para braços, pescoço e costas.

· A dor também pode surgir na forma de queimação (e pode ser confundida com gastrite);

· Tontura;

· Fraqueza ou cansaço;

· Falta de ar;

· Náuseas.

Sintomas de infarto feminino

A ciência hoje sabe que os sintomas de infarto em mulheres podem ser diferentes. Isso ocorre por uma questão anatômica: as artérias nelas são mais finas, o que faz com que os sintomas sejam experimentados de forma mais discreta.

Outro ponto importante é que, como são muito incentivadas a olhar a saúde ginecológica, as muitas mulheres acabam ignorando sintomas suspeitos que podem ter relação com problemas cardíacos.

Entre os sintomas de infarto que acometem as mulheres estão dores em regiões como costas, pescoço, mandíbula ou até no estômago (sensação de queimação).

Além disso, náuseas, vômitos, cansaço extremo e falta de ar, bem como sensação de angústia ou ansiedade, costumam ser mais frequentes em infartos femininos.

Sintomas de infarto em homens

Nos homens, o infarto agudo do miocárdio geralmente manifesta-se de forma clássica, com dor intensa no peito, que pode se estender para o braço esquerdo ou ambos os braços. A dor também é diferente: ela pode ser constante ou intermitente.

Outros sintomas como falta de ar, náuseas e formigamento dos membros também podem aparecer.

Infarto silencioso: o que é e como reconhecer os sintomas?

Como o próprio nome diz, o infarto silencioso (ou infarto subclínico) é aquele que não dá sinais claros ou apresenta sintomas sutis e não comuns de que o fluxo de sangue para o coração foi interrompido.

Ele pode ser mais frequente em mulheres (pelos motivos que falamos acima) ou em idosos, que têm uma rede secundária de vascularização que permite amenizar os sintomas de um eventual bloqueio arterial. Também pode estar associado a casos de diabetes, especialmente quando não controlado.

Neste caso, os sintomas mais comuns podem ser falta de ar, cansaço, indigestão e um leve desconforto – e pode ser confundido com uma virose gastrointestinal, por exemplo.

Nem sempre, no entanto, ele é fulminante: o bloqueio de sangue pode ir crescendo aos poucos, fazendo com quem muitas pessoas descubram a condição durante exames de check-up ou para outras queixas. É o que diz um estudo da AHA (Amerian Heart Association), que afirma que cerca de 20% dos infartos são silenciosos e a maioria dos indivíduos descobre o problema por acaso.

Mas é importante reforçar que isso não torna o infarto silencioso menos perigoso. Ao contrário. Dependendo da extensão dos danos e sem tratamento adequado, esse tipo de ocorrência pode levar o paciente à morte.

Quando procurar por um médico?

A regra é clara: qualquer sinal de dor na região do peito – seja ela uma dor clássica ou sensações como pressão, aperto, queimação ou cansaço – que persistem mesmo quando a pessoa está em repouso devem ser avaliadas rapidamente em um serviço de pronto-atendimento.

Outros sintomas, como falta de ar e perda de consciência, também são importantes e devem levar a pessoa ao médico mais próximo o quanto antes.

No caso de indivíduos com risco aumentado para doenças cardíacas ou que já tenham um histórico de problemas no coração, a recomendação é de buscar ajuda médica ao menor sinal de incômodo no peito ou na respiração.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é realizado por meio de avaliação médica dos sintomas e de alguns exames, como:

· Eletrocardiograma: exame que registra a atividade elétrica do coração e indica alterações no ritmo cardíaco;

· Exame de sangue: avalia a presença de biomarcadores de danos ao músculo cardíaco, como a enzima troponina.

· Ecocardiograma: exame de imagem que mostra a situação do coração.

Formas de tratamento para o infarto

O tratamento de emergência do infarto agudo do miocárdio consiste em desobstruir o bloqueio no vaso lesionado e reestabelecer o fluxo sanguíneo para o coração, reduzindo o dano ao músculo cardíaco, por meio de angioplastia.

Na angioplastia, um cateter é inserido em um vaso sanguíneo por meio de uma incisão na perna ou no braço e conduzido até o local da obstrução para abrir a artéria. A desobstrução é feita com o uso de medicamentos anticoagulantes e, se necessário, com a implantação de um stent, dispositivo que mantém a artéria “aberta” para a passagem do sangue.

Quanto mais rápida for feita essa intervenção, menores podem ser as sequelas e melhor é o prognóstico do paciente -- não à toa, os médicos costumam falar que “tempo é músculo”.

Quando a anatomia coronariana não é favorável para o tratamento convencional, a cirurgia cardíaca é uma alternativa segura nos dias de hoje, especialmente quando existem outras complicações associadas ao quadro, como insuficiência de válvula mitral ou ruptura da parede do coração.

Em casos extremos, pode ser necessário o suporte circulatório com bombas artificiais e, eventualmente, a depender da extensão do infarto e dos danos causados, o transplante de coração também pode ser considerado.

O tratamento de longo prazo do paciente infartado requer mudança de hábitos, como melhorar alimentação, praticar atividade física, ter um sono adequado e não fumar (incluindo vapes). A longo prazo, deve-se ter acompanhamento cardiológico periódico e uma estratégia médica com uso de medicamentos antiplaquetários e beta bloqueadores (se possível e necessário), controle de pressão alta, diabetes e distúrbios do sono.

Por fim, vale ressaltar que a prevenção do infarto é sempre melhor do que o tratamento. Por isso, é importante buscar a orientação de um cardiologista para realizar exames de rotina e estabelecer a melhor estratégia de cuidado a longo prazo.

Atendimento de emergência cardiológica no Hospital São Lucas

O atendimento de emergência cardiológica no Hospital São Lucas funciona 24 horas, todos os dias, e conta com uma estrutura completa para diagnóstico e intervenções rápidas nos casos de infarto, mitigando danos maiores. Além disso, o centro possui uma estrutura robusta para consultas e exames (laboratoriais e de imagem), além de um corpo clínico altamente capacitado, com médicos cardiologistas e cirurgiões prontos para acolher e orientar os pacientes em todas as etapas de seu tratamento.

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