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Cirrose hepática: entenda o que é e quais são os sintomas e o tratamento

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Dr. Henrique Sergio Coelho - Hepatologista - MédicoAtualizado em 11/01/2024
Cirrose hepática: entenda o que é e quais são os sintomas e o tratamento

Mais frequente entre os homens com mais de 45 anos, um dos principais agentes causadores da cirrose hepática é o consumo excessivo de bebida alcoólica. Nesse sentido, existe um aspecto cultural brasileiro que preocupa os especialistas em saúde: a paixão por cerveja e cachaça. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o consumo de álcool no Brasil é superior à média mundial e aumentou ainda mais durante a pandemia de Covid-19. A seguir, o Dr. Henrique Sérgio Coelho, hepatologista e gastroenterologista do Hospital São Lucas Copacabana, explica como as bebidas contribuem para o desenvolvimento da doença, quais são os sintomas da enfermidade e os tratamentos disponíveis.

O que é cirrose hepática?

A cirrose hepática é uma doença crônica que favorece a formação de nódulos no fígado e gera tecido de cicatrização em vez de células saudáveis. Como consequência, o órgão deixa de produzir bile e colesterol, regular os níveis de açúcar, metabolizar o álcool e diminuir a síntese de proteínas e fatores de coagulação.

“A deformidade do órgão faz com que a circulação sanguínea para o fígado seja dificultada, o que causa acúmulo de sangue no baço, estômago, intestino e esôfago", explica o médico.

O que pode causar a cirrose hepática?

Entre as principais causas de cirrose hepática, é possível apontar o alcoolismo como um dos hábitos comuns que danificam o fígado, uma vez que é o órgão que metaboliza o álcool. Ao ser exposto a doses excessivas e regulares de bebidas alcoólicas, o órgão fica sobrecarregado. Além disso, as hepatites B e C, as doenças autoimunes e o uso de medicações em excesso também podem resultar em quadros de cirrose.

“Recentemente, houve grande aumento da chamada cirrose metabólica, uma consequência do acúmulo de gordura no fígado. Essa forma da doença está associada a sobrepeso/obesidade, diabetes e hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue)", comenta o Dr. Henrique.

Sintomas de cirrose hepática

Ainda que a doença possa ser assintomática nas fases iniciais, é possível obter o diagnóstico precoce da condição, por meio de exames laboratoriais e de imagem. Quando presentes, os sintomas de cirrose geralmente se parecem com as manifestações de outras alterações hepáticas.

Confira abaixo os sinais que podem indicar problemas no fígado:

  • vômito;
  • náuseas;
  • perda de peso sem motivo aparente;
  • dor abdominal;
  • constipação;
  • fadiga;
  • icterícia (tom amarelado na pele e nos olhos);
  • urina escura;
  • inchaço;
  • perda de cabelo.

Como é feito o diagnóstico?

De acordo com o Dr. Henrique, o diagnóstico pode ser feito durante o exame clínico, com base na observação dos indícios mencionados acima. Em caso de cirrose hepática, os exames laboratoriais costumam apontar anemia, baixa dos leucócitos e plaquetas, além de redução das proteínas e de fatores de coagulação no sangue.

A ultrassonografia abdominal é um método importante para a triagem e pode mostrar sinais de cirrose, como redução do tamanho do fígado, alterações circulatórias, aumento do baço e líquido dentro do abdome. Um exame chamado elastografia hepática ultrassônica avalia a rigidez do órgão e, em conjunto com outros dados clínicos e laboratoriais, viabiliza a detecção da doença sem a necessidade de realizar procedimentos invasivos, como a biópsia.

Cirrose hepática tem cura?

A cirrose hepática não tem cura e pode até ser fatal. Porém, segundo o especialista, quanto mais rápido for descoberta, maiores as chances de desfecho positivo.

“Se tratarmos a causa da cirrose na fase inicial (ainda sem as complicações da doença), o quadro clínico se estabiliza e o paciente tem mais qualidade de vida. Porém, se a causa permanecer (uso contínuo de bebida alcoólica e obesidade, por exemplo), a cirrose certamente evoluirá com surgimento de hemorragias, infecções, encefalopatia (alteração nas funções cerebrais), ascite (inchaço abdominal popularmente conhecido como barriga d'água) e até mesmo óbito. Casos mais graves devem ser submetidos ao transplante de fígado", avalia.

Tratamento

Quanto ao tratamento da cirrose hepática, a principal medida é eliminar a causa básica: suspender completamente o consumo de álcool, regular o peso, controlar o diabetes (quando presente) e tratar infecções virais (hepatites B e C).

“O principal agente causador da cirrose em pessoas jovens é a hepatite autoimune, que pode ser tratada com medicações imunossupressoras. Outros fatores mais raros, como as cirroses genéticas e biliares, também podem ser reprimidas. É importante frisar que esse quadro deve ser acompanhado, preferencialmente, por um hepatologista, visto que ele sabe exatamente em que momento é necessário indicar o transplante hepático, que é a melhor forma de curar os casos mais graves", conclui o Dr. Henrique Sérgio.

Centro de Doenças do Fígado e Pâncreas do São Lucas

Especializado em procedimentos hepatobiliares de alta complexidade, como os transplantes hepático e pancreático – incluindo o transplante duplo de pâncreas e rim –, o Hospital São Lucas Copacabana expandiu sua área de atuação e criou o Centro de Doenças do Fígado e Pâncreas.

Como o primeiro centro dedicado às doenças hepatobiliares da região, a unidade, localizada no Centro Médico do Shopping da Gávea (quinto andar), zona sul do Rio de Janeiro, conta com atendimento ambulatorial dedicado às consultas de avaliação, diagnóstico e acompanhamento do paciente. Para agendar uma consulta ou obter mais informações, entre em contato com a nossa Central de Atendimento pelo número (21) 2545-4000 (opção 1).

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Dr. Henrique Sergio Coelho

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